TJMG apressa uso de teatro e compromete programação
A compra do tradicional Teatro Klauss Vianna pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) pode afetar profundamente a cena cultural da capital mineira. Isso porque, de acordo com artistas e interlocutores da área, o TJMG não se mostra interessado em continuar com as atividades culturais no espaço.
A primeira negociação havia determinado que a desocupação do teatro aconteceria pelos meses de setembro e outubro, quando a programação de eventos culturais terminasse, mas o TJMG teria voltado atrás e colocado junho de 2015 como prazo final.
Localizado no bairro Cruzeiro, o Klauss Vianna foi adquirido pelo TJMG e, desde o fim de 2013, faz parte da instalação onde está sediado o tribunal. No ano passado, os desembargadores Corrêa Junior e Alexandre Victor, designados para negociar com a classe artística, destacaram o interesse da instituição em solucionar a questão e preservar o espaço. Segundo eles, até o mês de julho de 2015, a permanência do teatro está garantida.
Na semana passada, o deputado estadual Durval Ângelo marcou, com a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa, uma audiência pública para amanhã, para discutir a situação do teatro. De acordo com o parlamentar, a questão já foi, inclusive, discutida com o governador Fernando Pimentel e com o secretário de Cultura do Estado, Angelo Oswaldo, sendo que os dois teriam se manifestado favoravelmente à manutenção do Klauss Vianna.
Procurado pelo Aparte, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais não quis se manifestar, e afirmou que, durante a semana, soltará uma nota para tratar do assunto.
Antes previsto para acontecer no último dia 7, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o julgamento do prefeito de Nova Lima, Cássio Magnani Júnior (PMDB), de sua vice, Fátima Aguiar (PT), e do ex-prefeito do município Carlos Roberto Rodrigues, o Carlinhos (PT), deve ser realizado amanhã. Todos são acusados de utilização da máquina pública durante as eleições de 2010. O caso se arrasta desde as eleições de 2012, quando Victor Penido, o segundo colocado na disputa, pediu a cassação de Cassinho. Este chegou a deixar a prefeitura, após decisão do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG). Cássio Magnani só voltou ao cargo por força de uma liminar concedida pelo TSE, que, agora, quer decidir o caso definitivamente.